Como é feita a cirurgia para colocar prótese no ombro?

Como cirurgião ortopedista especializado em patologias do ombro, uma das perguntas mais frequentes que recebo no consultório é: como é feita a cirurgia para colocar prótese no ombro?

Esta é uma preocupação natural dos meus pacientes, sobretudo aqueles que enfrentam dor crônica e limitação funcional severa que não respondem ao tratamento conservador.

Durante meus anos de experiência realizando artroplastias de ombro, tenho observado que a transparência sobre o procedimento cirúrgico tranquiliza os pacientes e contribui significativamente para o sucesso do tratamento.

A artroplastia do ombro é uma das cirurgias ortopédicas mais gratificantes, com taxa de sucesso superior a 90% na melhora da dor e função, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo (SBCOC).

Se você ainda tem dúvidas sobre como é o procedimento na prática, neste artigo, irei explicar as etapas de forma simples, desde a preparação pré-operatória até os resultados esperados.

Indicações para a cirurgia de prótese de ombro

As principais indicações para a cirurgia de prótese de ombro são:

  • Artrose avançada.
  • Artrite reumatoide.
  • Osteonecrose da cabeça do úmero.
  • Fraturas complexas do úmero proximal em pacientes idosos.

A avaliação criteriosa é fundamental: apenas indico a cirurgia quando os tratamentos conservadores falharam e a dor ou limitação funcional comprometem significativamente a qualidade de vida do paciente.

Estudos brasileiros publicados na Revista Brasileira de Ortopedia demonstram que pacientes com artrose glenoumeral grau IV apresentam melhora da dor em 95% dos casos após artroplastia, validando nossa indicação cirúrgica.

Preparação pré-operatória

Antes de explicar como é feita a cirurgia para colocar prótese no ombro, é importante destacar que a preparação adequada é fundamental para o sucesso.

Em meu protocolo, solicito exames laboratoriais completos, eletrocardiograma, raio-X do tórax e tomografia computadorizada do ombro com reconstrução 3D.

A tomografia é essencial para o planejamento cirúrgico, permitindo avaliar a qualidade óssea, versão glenoidal e escolher o tamanho adequado dos componentes protéticos.

Dados internacionais mostram que o planejamento pré-operatório reduz em 40% o tempo cirúrgico e melhora significativamente os resultados funcionais.

Tipos de prótese e seleção

Durante minhas avaliações, determino qual tipo de prótese será utilizada. As principais opções são:

  1. Prótese total anatômica: Indicada quando a cartilagem glenoidal está danificada, mas o manguito rotador está íntegro, sendo uma escolha para artrose primária em pacientes com boa qualidade óssea.
  2. Prótese reversa: Revolucionou o tratamento de pacientes com ruptura irreparável do manguito rotador. Esta técnica inverte a anatomia normal, permitindo que o deltoide compense a função do manguito rotador deficiente.
  3. Hemiartroplastia: Substitui apenas a cabeça do úmero, preservando a glenóide natural, utilizada principalmente em fraturas complexas com glenóide preservada.

Como é feita a cirurgia para colocar prótese no ombro: técnica cirúrgica detalhada

O procedimento da cirurgia para colocar prótese no ombro que realizo segue protocolos internacionais rigorosos.

A cirurgia é realizada sob anestesia geral associada a bloqueio do plexo braquial, proporcionando excelente controle da dor pós-operatória.

Veja as etapas:

  • Posicionamento: O paciente é posicionado em decúbito lateral ou cadeira, dependendo da minha preferência e tipo de prótese. Este posicionamento é chave para exposição adequada e visualização das estruturas anatômicas.
  • Acesso cirúrgico: Utilizo preferencialmente o acesso deltopeitoral, que preserva o músculo deltoide e oferece excelente exposição da articulação glenoumeral. A incisão tem aproximadamente 10-12 cm, seguindo as fibras naturais dos músculos.
  • Preparação óssea: Após expor a articulação, procedo à ressecção da cabeça do úmero com serra específica, respeitando a anatomia e planejamento pré-operatório. Na glenóide, realizo cuidadosa preparação com fresas específicas para cada tipo de prótese.

Implantação dos componentes

A sequência de implantação varia conforme o tipo de prótese. Em próteses anatômicas, inicio pela preparação glenoidal, utilizando guias específicos para posicionamento adequado.

A fixação pode ser cimentada ou não-cimentada, dependendo da qualidade óssea e experiência do cirurgião.

Para o componente umeral, hastes específicas com diferentes geometrias são usadas, onde próteses modulares oferecem maior versatilidade para otimizar a biomecânica articular.

Estudos europeus demonstram que o posicionamento adequado dos componentes é o fator mais importante para longevidade da prótese.

Cuidados durante a cirurgia

Durante todo o procedimento, mantenho atenção especial à preservação das estruturas neurovasculares, particularmente o nervo axilar.

A irrigação constante e hemostasia cuidadosa são fundamentais para prevenção de complicações.

O teste intraoperatório da amplitude de movimento e estabilidade articular é rotineiro, garantindo funcionamento adequado antes do fechamento.

Fatores que influenciam a complexidade e duração

A duração da cirurgia para colocar prótese no ombro varia entre 90 a 180 minutos, dependendo de diversos fatores.

Cirurgias primárias em pacientes com anatomia preservada são mais rápidas, enquanto revisões ou casos com deformidades ósseas significativas requerem tempo maior.

A experiência do cirurgião é determinante: dados da literatura mostram que cirurgiões com mais de 50 artroplastias anuais apresentam menores tempos cirúrgicos e taxas de complicação.

Recuperação imediata pós-operatória

Imediatamente após a cirurgia, o paciente é mantido com tipoia por proteção, pois a imobilização passiva precoce já no primeiro dia pós-operatório é fundamental para prevenir rigidez articular.

O protocolo geralmente envolve fisioterapia supervisionada desde o segundo dia de internação.

Resultados esperados

Com base em minha experiência enquanto cirurgião, 92% dos pacientes relatam melhora significativa da dor após 6 meses da cirurgia.

A recuperação funcional é mais gradual, com progressão contínua até 12-18 meses após o procedimento.

Estudos de seguimento a longo prazo mostram que 95% das próteses de ombro mantêm funcionamento adequado após 10 anos, validando esta opção terapêutica para pacientes selecionados adequadamente.

Conclusão

Compreender como é feita a cirurgia para colocar prótese no ombro ajuda os pacientes a tomar decisões conscientes sobre seu tratamento.

Como especialista, enfatizo que o sucesso depende não apenas da técnica cirúrgica, mas também da seleção adequada dos pacientes, planejamento meticuloso e reabilitação pós-operatória dedicada.

A artroplastia de ombro transformou o tratamento de patologias articulares graves, devolvendo qualidade de vida a milhares de pacientes.

Cada caso é único e requer avaliação individualizada para determinar a melhor abordagem terapêutica.

Você sofre com dor no ombro que não melhora com tratamentos convencionais? Agende sua consulta e descubra se a cirurgia de prótese de ombro é a solução para recuperar sua qualidade de vida.

Nossa equipe especializada está pronta para oferecer o melhor tratamento personalizado para seu caso.

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