A luxação ombro é um problema um tanto quanto comum entre os brasileiros, mas é importante entender sobre todos os detalhes do assunto.
Mesmo porque, dessa forma, você pode ficar um pouco mais tranquilo se porventura esse problema vier a acontecer.
Em suma, “luxação ombro” nada mais é que um termo que se utiliza para se referir ao deslocamento da cabeça do úmero em relação ao seu local original. Então, para entender melhor sobre esse assunto, é só continuar nesse artigo.
O que é a luxação ombro?
A luxação do ombro nada mais é quando ocorre o deslocamento do ombro em relação a sua posição original.
Nesse caso, os ossos que compõem a articulação acabam por se desencaixar, perdendo o contato entre si. Inclusive, é possível notar uma deformidade no local da luxação.
Fora isso, o paciente também tende a sentir muita dor, em especial se for as primeiras vezes em que o ombro sai do lugar.
Além disso, na maioria das vezes, o ombro custa luxar para frente, mas as luxações do ombro podem ocorrer para outros locais, como sair para trás. Isso ocorre em especial nos casos de convulsão, como epilepsia e choques elétricos.
Em caso de episódio de luxação para frente, em relação à glenoide, isso se caracteriza por ser uma luxação anterior do ombro.
Agora, no caso de ocorrer para trás, chama-se luxação posterior. Para baixo, o nome técnico é luxação inferior.
O que o paciente sente ao luxar o ombro?
Na primeira vez em que há luxação, o paciente sente uma dor intensa na articulação do ombro, ficando incapaz de movimentá-lo.
Também é possível observar um vazio no espaço onde deveria ficar a cabeça do úmero. Fora isso, há chances de haver novas luxações.
Em caso de recidiva, cada vez mais o ombro vai ficando mais frouxo, o que faz com que ele tenha que romper menos estruturas para sair do local.
Por consequência, tanto a dor quanto a limitação tendem a ser muito menores, já que acaba se tornando mais comum de ocorrer.
As lesões recidivantes podem causar dor, mas os pacientes toleram melhor. Inclusive, em alguns casos, o ombro volta ao lugar por conta do próprio paciente.
Como ocorre a luxação ombro?
A luxação do ombro é um problema que pode acontecer por uma série de situações, mas ocorre quando a articulação se força a girar para fora, com o braço aberto.
Na linguagem médica, isso se chama “abdução” e “rotação externa”. Fora isso, saiba que a luxação ombro ocorre em duas situações:
- Luxação traumática: quando há uma força externa que leva ao rompimento das estruturas, como queda, trauma ou acidente, por exemplo;
- Luxação atraumática: ocorre sem que tenha um trauma ou motivo aparente, mas sim por conta da frouxidão nos ligamentos do ombro.
Como é feito o diagnóstico da luxação ombro?
Como o paciente está com o ombro fora do lugar, acaba que o diagnóstico se torna bem visível. Mas, para se ter uma melhor dimensão do caso, o médico pode pedir alguns exames, como a radiografia.
Assim que já tiver recolocado o ombro no lugar, o médico ainda pode solicitar uma ressonância magnética, a fim de ajudar a identificar se há lesões associadas, sendo as principais delas as seguintes:
- Lesão de Hill Sachs: ocorre na cabeça do úmero;
- Lesão de Bankart: é a lesão que ocorre no lábio anterior da glenoide;
- Lesão do manguito rotador: mais comum de ocorrer em pacientes acima dos 40 anos de idade.
Qual é o melhor tratamento da luxação ombro?
O primeiro tratamento da luxação é a realocação do ombro no devido local, por meio de manobras específicas, feitas pelo médico.
Mas, assim que fizer isso, o médico deve fazer novas radiografias, a fim de garantir que o ombro voltou para a sua posição correta e ter a certeza de que não há lesões associadas.
Além disso, depois da sua primeira luxação no ombro, o paciente precisa fazer uso de uma tipoia, a fim de permitir uma cicatrização que seja mais adequada.
Agora, em relação ao tempo de imobilização, isso depende de acordo com a gravidade da sua luxação, idade e nível de atividade física.
Mas, no geral, o ideal é que o paciente faça uso da tipoia por pelo menos duas semanas. Se porventura se tratar de uma luxação recidivante, a imobilização não é tão efetiva.
Como é o tratamento não-cirúrgico da luxação do ombro?
Nem sempre a intervenção cirúrgica é o tratamento mais adequado e, nesse caso, a fase inicial tem por objetivo amenizar a dor e promover a cicatrização da lesão.
Para tal, o paciente deve usar analgésicos e anti-inflamatórios que o médico irá indicar, bem como aplicação de gelo.
Repouso, evitar certos movimentos e posições também fazem parte do tratamento, a fim de evitar causar novas luxações.
Depois de 2 a 4 semanas, é feita a fase de reabilitação e, a princípio, deve-se introduzir exercícios que visam recuperar a amplitude tanto dos movimentos quanto a mobilidade do ombro.
Em seguida, o tratamento deve passar para a fase de fortalecimento muscular, a fim de compensar a função que se perdeu.
Tudo isso sempre com acompanhamento do profissional, até mesmo para evitar provocar uma nova luxação.
Nessa fase do tratamento, o que se espera é aumentar a função estabilizadora do ombro, mas com aumento da força dos músculos, em especial do manguito rotador.
Agora, em relação ao período de tratamento, ele dura em média de 3 a 4 meses. Mas, se nesse tempo não atingir resultado satisfatório, a cirurgia passa a ser necessária.
Como é o tratamento cirúrgico da luxação do ombro?
Há duas técnicas cirúrgicas para luxação ombro, sendo o médico deve avaliar as seguintes condições para definir qual é a melhor:
- Idade;
- Atividade esportiva;
- Lesões associadas.
As duas técnicas mais comuns são o reparo do labrum e o procedimento de Latarjet. Iremos falar sobre ambos a seguir.
Reparo do labrum e capsuloplastia
O tratamento é feito por artroscopia, ou seja, guiado por vídeo. O objetivo é fazer um tensionamento da cápsula articular, a qual fica frouxa depois de muitos episódios de luxação.
Para tal, utiliza-se implantes (âncoras), as quais devem ser presas na borda da glenóide. Como saem fios dessa âncora, é feita a fixação do labrum ou o tensionamento da cápsula articular.
Procedimento Latarjet / enxerto ósseo
Esse procedimento envolve a transferência de um fragmento de osso para cobrir o defeito ósseo da glenoide.
No entanto, pode ser necessário fazer algumas modificações da técnica, caso for necessário. Em relação ao enxerto, ele deve ficar fixado à glenoide por meio de parafusos.
Esse procedimento tem um alto índice de sucesso, mas, como qualquer procedimento, corre alguns riscos, como o de levar a restrição na mobilidade do ombro.
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