As células-tronco no ombro entraram no radar de quem busca alívio da dor e melhora de função sem cirurgia.
O método pertence à medicina regenerativa e usa material do próprio corpo para favorecer a cicatrização de tendões e da cartilagem, com foco em segurança e resultado clínico.
O que é a terapia com células-tronco
Falamos em terapia com células-tronco quando concentramos células imaturas com potencial de diferenciação e as aplicamos em áreas lesionadas.
O objetivo é melhorar o ambiente biológico, reduzir a inflamação e estimular o reparo tecidual.
No ombro, costuma ser considerada em artrose inicial, tendinopatia e roturas parciais do manguito rotador.
Células-tronco no ombro: quando indicar
A indicação de células-tronco no ombro é individual. Em geral, avalia-se dor persistente, limitação de movimento e falha de medidas conservadoras bem conduzidas.
Em artrose avançada, o benefício tende a ser menor. Em roturas completas com retração e degeneração acentuada, a correção cirúrgica pode ser a melhor via.
Casos selecionados de capsulite adesiva, impacto subacromial sem causa mecânica relevante e lesões parciais do supraespinal podem se beneficiar.
A avaliação inclui história clínica, exame físico e exames de imagem para mapear a extensão e qualidade do tecido.
Como é feito: consultório ou centro cirúrgico
O procedimento com células-tronco no ombro pode ocorrer em consultório, guiado por ultrassom, ou em centro cirúrgico, via artroscopia.
A escolha depende do tipo e do tamanho da lesão, do perfil do paciente e do plano de reabilitação.
- Consultório: coleta do material (como aspirado de medula ou tecido adiposo), preparo e aplicação direcionada na área dolorosa, sem cortes, com anestesia local. Útil em tendinopatias e artrose leve.
- Centro cirúrgico: indicado para defeitos de cartilagem extensos. A artroscopia permite preparar a região, remover o tecido degenerado e melhorar a vascularização do leito antes de aplicar o concentrado celular.
Quais materiais biológicos podem ser usados
Na prática, combinamos estratégias:
- O aspirado de medula óssea fornece células e mediadores.
- O tecido adiposo contém fração estromal rica em células.
- O PRP (plasma rico em plaquetas) atua como adjuvante, liberando fatores de crescimento.
A escolha considera objetivo clínico, logística e segurança do paciente.
Passo a passo do procedimento
- Planejamento: confirmação da indicação, alinhamento de expectativas e protocolo de analgesia.
- Coleta: aspirado de medula ou tecido adiposo, com técnica estéril.
- Processamento: concentração do material em sistema fechado.
- Aplicação: injeção guiada no ponto-alvo ou aplicação artroscópica.
- Monitoramento: controle da dor, orientação de movimento e fisioterapia.
Benefícios esperados e limites
O tratamento com células-tronco no ombro busca reduzir a dor, melhorar a função e retardar a progressão da degeneração.
Os resultados variam conforme a idade, qualidade do tendão ou da cartilagem e adesão à reabilitação.
Não se propõe como cura universal, e pode ser parte de um plano combinado com fortalecimento, controle de peso e ajuste de atividade.
Riscos e segurança
Eventos locais como dor, inchaço e hematoma podem ocorrer, em geral autolimitados. Infecção é rara com técnica adequada. Em artrose avançada, a resposta tende a ser menor.
O especialista discute histórico médico, uso de anticoagulantes e alergias antes do procedimento.
Quem não deve fazer
Febre, infecção ativa, ferida na área de punção, descompensação clínica relevante e certos distúrbios hematológicos podem contraindicar.
Em roturas completas crônicas com retração importante, a indicação de reparo cirúrgico deve ser priorizada em vez de células-tronco no ombro.
Recuperação e reabilitação
- Após a aplicação de células-tronco no ombro, recomenda-se gelo, elevação e ajuste de carga.
- O retorno ao trabalho leve costuma ser rápido.
- Atividades acima da cabeça e esforços exigem progressão guiada.
- A fisioterapia entra cedo, com foco em controle de dor, mobilidade e fortalecimento do manguito e da escápula.
A evolução é gradual. Em muitos casos, o ganho funcional aparece entre 6 e 12 semanas, com consolidação ao longo de alguns meses, sempre considerando variações individuais.
Como se preparar e que perguntas fazer
Leve exames atualizados, informe medicações, histórico de alergias e cirurgias. Pergunte sobre técnica indicada, expectativa realista, plano de reabilitação e critérios de sucesso.
Agende uma consulta para avaliarmos se o caso é candidato a células-tronco no ombro ou se outra estratégia tem melhor custo-benefício para seu perfil.
FAQs
Células-tronco no ombro tratam artrose avançada?
Em artrose avançada o potencial de resposta é menor, muitas vezes a melhor opção passa por técnicas cirúrgicas. O médico define a estratégia após exame clínico e imagem.
Quantas aplicações são necessárias?
Protocolos variam. Em tendinopatia leve, uma aplicação pode bastar, em casos complexos pode haver combinação com outras terapias e reavaliação em meses.
O procedimento dói?
Usa-se anestesia local e orientação por imagem. Pode haver desconforto na coleta e no local tratado, geralmente controlado com medidas simples.
Posso treinar musculação depois?
O retorno é progressivo. Primeiro mobilidade e ativação, depois carga leve e, por fim, exercícios acima da cabeça. O fisioterapeuta orienta cada etapa.
Existe risco de rejeição?
Quando se usa material autólogo a chance de reação imunológica é baixa. O principal cuidado é manter técnica estéril e selecionar bem o paciente.
Células-tronco no ombro substituem a cirurgia?
Não em todos os cenários. Em roturas completas com retração importante ou em artrose severa, a cirurgia pode ser mais adequada que células-tronco no ombro.