Acrômio tipo 3: guia completo para entender e tratar

O acrômio tipo 3 é um formato anatômico do acrômio com curvatura em gancho, capaz de reduzir o espaço subacromial e favorecer o impacto sobre tendões do manguito rotador.

Conhecer o acrômio tipo 3 ajuda a interpretar a dor no ombro, escolher exames e decidir o tratamento adequado.

Acrômio tipo 3: o que é e por que causa impacto

O acrômio é a porção da escápula que cobre a cabeça do úmero. A literatura descreve três formatos principais: plano, curvo e ganchoso.

O acrômio tipo 3 é o ganchoso, com projeção voltada para baixo, o que pode estreitar o espaço subacromial e aumentar o atrito sobre a bursa e os tendões, em especial supraespinal.

Nem toda pessoa com acrômio tipo 3 sente dor, porém, a chance de impacto subacromial e tendinopatia cresce quando existem outros fatores associados.

Sintomas mais comuns

O quadro clínico do acrômio tipo 3 costuma incluir:

  • Dor na face lateral do ombro, pior ao elevar o braço.
  • Desconforto noturno ao deitar sobre o ombro afetado.
  • Estalos e sensação de atrito ao abduzir ou girar o braço.
  • Perda de força para atividades acima da cabeça.
  • Redução de mobilidade, com rigidez progressiva em casos crônicos.

Causas e fatores de risco

O formato do acrômio tipo 3 é anatômico, mas a dor surge da soma de variáveis mecânicas e teciduais. Fatores que elevam o risco:

  • Movimentos repetitivos acima da cabeça, trabalho ou treino com sobrecarga.
  • Alterações de postura e ritmo escapulotorácico.
  • Tendinopatia do manguito rotador e espessamento da bursa.
  • Osteófitos subacromiais e os acromiale.
  • Idade avançada, tabagismo e baixa capacidade muscular.

Diagnóstico: como confirmar

O diagnóstico começa com história clínica e testes provocativos no exame físico.

  • A radiografia em incidências específicas pode sugerir acrômio tipo 3 e esporões.
  • A ultrassonografia auxilia na avaliação de bursa e tendões.
  • A ressonância magnética detalha o espaço subacromial, a morfologia do acrômio tipo 3, a presença de tendinose, bursite e possíveis roturas parciais ou completas.

Tratamento

O manejo do acrômio tipo 3 é individualizado. A maioria inicia com medidas conservadoras, com reavaliação clínica periódica. Opções mais usadas:

  • Educação e controle de cargas, ajuste de tarefas acima da cabeça e pausas programadas.
  • Fisioterapia, com foco em escápula, rotadores externos, depressão da cabeça umeral e mobilidade torácica.
  • Analgésicos e anti-inflamatórios, por tempo curto e sob orientação.
  • Infiltração guiada, quando a dor impede a reabilitação, com avaliação de riscos e benefícios.
  • Perda de peso e abandono do tabagismo.

Quando a dor persiste, a função segue limitada e exames mostram conflito significativo associado ao acrômio tipo 3, a equipe pode indicar artroscopia com acromioplastia e tratamento das lesões do manguito, usando técnica de menor agressão tecidual e reabilitação estruturada.

Fisioterapia: exercícios que ajudam

No acrômio tipo 3, a reabilitação busca reduzir o impacto e restaurar sincronia escapuloumeral. Princípios práticos:

  • Fortalecimento progressivo de serrátil, trapézio inferior e rotadores externos.
  • Alongamentos suaves de peitoral menor e cápsula posterior.
  • Treino de controle motor com elevação do braço abaixo do arco doloroso, avanço gradual conforme tolerância.
  • Exercícios isométricos para dor alta, seguidos de isotônicos leves.
  • Higiene do sono, posicionamento com travesseiro para reduzir compressão.

Quando procurar um especialista

Procure avaliação ortopédica especializada se a dor dura mais de duas semanas, há perda de força, sensação de falha ao levantar o braço, piora noturna frequente ou trauma recente.

Em suspeita de rotura do manguito, a investigação não deve atrasar.

Prevenção e cuidados no dia a dia

Com acrômio tipo 3, pequenos ajustes reduzem crises, como:

  • Alternar tarefas.
  • Respeitar pausas.
  • Aquecer antes do treino.
  • Fortalecer a cintura escapular.
  • Manter técnica adequada em esportes.
  • Evitar aumentos bruscos de carga.

FAQs

Acrômio tipo 3 sempre causa dor?

Não. O acrômio tipo 3 aumenta a chance de impacto, porém a dor depende do conjunto, carga repetitiva, fraqueza muscular, bursa inflamada e tendões sensíveis. Ajuste de treino e reabilitação reduzem o risco.

Quais exercícios devo evitar no início?

Movimentos repetidos acima da cabeça com carga, elevações rápidas no arco doloroso e mergulhos em paralelas. Prefira isometria, rotação externa leve e escápula, evoluindo de forma gradual.

O acrômio tipo 3 melhora sem cirurgia?

Sim. O formato ósseo não muda, porém dor e função melhoram com fisioterapia direcionada, controle de carga e sono regulado. Cirurgia entra quando o impacto persiste e limita a vida diária.

Qual exame enxerga melhor o acrômio tipo 3?

A radiografia pode sugerir o formato e esporões. A ressonância magnética mostra o espaço subacromial, bursa e tendões, útil para planejar o tratamento.

Quanto tempo leva para voltar a treinar?

Com tratamento conservador, muitas pessoas retomam treinos leves em 4 a 8 semanas, com progressão guiada. Após cirurgia, o retorno é gradual, conforme cicatrização e força recuperada.

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