Acrômio tipo 1: sintomas, exames e tratamento

O acrômio é a porção da escápula que forma o “teto” do ombro. Quando falamos em acrômio tipo 1, descrevemos um formato plano, associado a menor risco de impacto sobre tendões do manguito rotador.

Mesmo com esse formato, dor pode surgir por sobrecarga, fraqueza muscular ou alterações do movimento da escápula.

O que é o acrômio e por que o formato importa

O acrômio participa do espaço subacromial, onde passam o supraespinal e a bursa. Formatos diferentes modificam a folga desse corredor.

O acrômio tipo 1 é plano, geralmente oferece mais espaço e costuma ter menor associação com impacto subacromial, embora fatores como postura, técnica esportiva e inflamação da bursa possam reduzir essa vantagem.

Acrômio tipo 1: características anatômicas

No acrômio tipo 1, a face inferior é reta. A borda anterior tende a ser suave, sem projeção em gancho, padrão que favorece a passagem do tendão durante a elevação do braço.

Ainda assim, dor pode aparecer quando há desequilíbrio entre deltoide e manguito, rigidez posterior da cápsula, sobrecarga em treinos ou atividades repetitivas acima da cabeça.

Variações individuais existem. Algumas pessoas com acrômio tipo 1 apresentam esporões por desgaste ao longo da vida, o que reduz o espaço subacromial. Outras têm excelente mobilidade e controle escapular, o que protege os tendões mesmo sob demandas altas.

Sintomas mais comuns

Dor na face lateral do ombro, pior ao elevar o braço, pode ocorrer mesmo em quem tem acrômio tipo 1.

Estalos, sensação de “peso” após treino e desconforto noturno ao deitar sobre o lado afetado são queixas frequentes entre meus pacientes.

Sinais inflamatórios, como dor ao vestir camisas e reduzir a amplitude de movimento, pedem avaliação.

Diagnóstico: exame clínico e imagem

O diagnóstico começa com história clínica e testes provocativos.

  • A radiografia em incidências específicas ajuda a identificar o formato do acrômio.
  • A ressonância magnética avalia bursa, tendões e presença de tendinopatia.

Saber que o paciente tem acrômio tipo 1 orienta o raciocínio, porém, a decisão terapêutica considera dor, função e achados do exame físico.

Tratamento conservador: o pilar do cuidado

Na maioria dos casos, o manejo é não cirúrgico. O plano combina controle de dor, recuperação de mobilidade e fortalecimento progressivo do manguito e da escápula.

Pessoas com acrômio tipo 1 tendem a responder bem quando corrigem sobrecargas e melhoram o controle motor.

  • Alívio da dor: gelo por 10 a 15 minutos após esforço, analgésicos conforme prescrição.
  • Mobilidade: alongamento de peitoral menor e cápsula posterior para reduzir a compressão subacromial.
  • Fortalecimento: rotações externa e abdução com elástico, remadas, elevação escapular e serrátil anterior.
  • Higiene de treino: reduzir o volume acima da cabeça por 2 a 4 semanas, retomar gradualmente.

Exercícios práticos para iniciar com segurança

  • Pêndulo de Codman por 2 a 3 minutos para analgesia suave.
  • Alongamento cruzado do ombro, 3 séries de 30 segundos.
  • Rotação externa com elástico, 3 séries de 12 a 15 repetições.
  • Remada baixa com foco em retração escapular, 3 séries de 12 repetições.
  • Elevação no plano da escápula com carga leve, 3 séries de 10 a 12 repetições.

Procure supervisão profissional quando a dor limita tarefas simples, quando há perda de força ou quando o desconforto persiste por mais de quatro semanas.

Quando a cirurgia entra em cena

A indicação cirúrgica é pouco comum em quem tem acrômio tipo 1.

Considera-se acromioplastia apenas diante de dor resistente ao tratamento conservador, presença de esporão subacromial sintomático ou lesões associadas que exijam abordagem.

A decisão é individual, baseada na função, na demanda esportiva e nos achados de imagem.

Retorno ao esporte e prevenção de recaídas

O retorno progride quando a dor está controlada e a força do manguito está equilibrada com a musculatura escapular.

Mesmo com acrômio tipo 1, manter técnica adequada em exercícios acima da cabeça, variar planos de movimento e programar descanso semanal reduz o risco de inflamar novamente a bursa ou irritar os tendões.

Se você ainda não entendeu muito bem o que é acrômio tipo 1, agende uma consulta para poder explicar em mais detalhes e avaliar seu caso com mais atenção.

FAQs

O acrômio tipo 1 causa impacto no ombro?

É menos propenso a impacto, porém dor pode ocorrer por sobrecarga, fraqueza, rigidez capsular ou inflamação da bursa. O conjunto de fatores define o risco, não apenas o formato.

Como confirmar que tenho acrômio tipo 1?

A radiografia direcionada sugere o formato. A ressonância avalia bursa e tendões. A interpretação deve ser feita por especialista em ombro.

Quem tem acrômio tipo 1 precisa operar?

Em geral, não. O tratamento conservador resolve a maioria dos casos, com foco em mobilidade e fortalecimento do manguito e da escápula.

Quais exercícios ajudam a reduzir a dor?

Alongamentos de peitoral menor e cápsula posterior, rotação externa com elástico, remadas e elevação no plano da escápula. A progressão deve ser gradual.

Posso treinar ombro acima da cabeça com acrômio tipo 1?

Pode, desde que sem dor e com técnica ajustada. Ajuste volume, varie planos de movimento e reforce a musculatura estabilizadora.

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