Muitos dos meus pacientes que passaram por cirurgia após fratura chegam ao consultório com a seguinte pergunta: “Dr. Thiago, placa na clavícula tem que ser retirada?”
Enquanto cirurgião especialista em ombro, preparei esse conteúdo para explicar quando a retirada da placa é indicada, como é feita e o que considerar nessa decisão.
Função da placa na recuperação da clavícula
A placa é usada para alinhar e estabilizar o osso após a fratura, permitindo uma cicatrização mais segura, diminuindo o tempo de imobilização e favorecendo o retorno às atividades.
O implante é feito de titânio ou aço inoxidável e costuma ficar logo abaixo da pele, especialmente em pessoas magras.
A placa na clavícula tem que ser retirada?
Na maioria dos casos, não é necessário retirar a placa da clavícula. O implante pode permanecer indefinidamente, sem causar prejuízos à saúde.
Os materiais utilizados atualmente, como titânio e aço inoxidável, são biocompatíveis e não causam reações adversas no organismo.
A maioria dos meus pacientes se adapta perfeitamente a estes materiais, sendo que o implante não traz qualquer sintoma ou alteração visual significativa.
Quando a retirada da placa é indicada?
A retirada é indicada se o paciente sentir desconforto, se houver incômodo na pele devido ao implante, dor crônica, reações adversas ou infecção local.
Em pacientes magros, a placa pode incomodar por ficar próxima à pele. Nestes casos, o médico ortopedista pode recomendar a remoção após consolidação total do osso, geralmente após 12 meses da cirurgia.
Como é feita a retirada da placa?
A cirurgia de retirada é simples, feita com anestesia geral e rápida recuperação. O procedimento dura cerca de uma hora e exige repouso breve.
Em poucos dias, a pessoa pode retomar suas atividades diárias, seguindo as orientações do ortopedista.
Há riscos na retirada do implante?
A remoção da placa é considerada segura. O principal cuidado é aguardar a consolidação óssea completa antes do procedimento, pois a retirada precoce pode enfraquecer o osso.
Recomendo aguardar pelo menos 12 a 18 meses após a cirurgia inicial antes de considerar a retirada da placa. Este período permite:
- Avaliação precisa dos sintomas relacionados ao implante.
- Consolidação completa do osso.
- Remodelação óssea adequada.
Complicações são raras, mas alguns pacientes podem apresentar infecção, hematoma ou desconforto temporário.
A placa pode apitar em aeroportos?
Implantes de clavícula geralmente não são detectados em aeroportos ou portais de segurança, pois contêm pouca quantidade de metal.
Já implantes maiores, como próteses de joelho ou quadril, têm maior chance de serem percebidos pelos detectores.
Conclusão
A questão “placa na clavícula tem que ser retirada” não tem uma resposta única. Em minha experiência como especialista, a maioria dos casos não requer remoção do implante.
A decisão deve ser individualizada, considerando fatores clínicos, funcionais e pessoais do paciente.
O importante é que os pacientes compreendam que a placa cumpre sua função principal durante o período de consolidação óssea, e sua manutenção ou retirada deve ser baseada em critérios médicos sólidos e no bem-estar individual.
Como sempre oriento, o acompanhamento médico regular é fundamental para identificar precocemente qualquer necessidade de intervenção.
FAQs
É obrigatório retirar a placa da clavícula após cirurgia?
Não. A retirada só é necessária se houver sintomas incômodos, dor, exposição ou complicações com o implante.
Quanto tempo após a cirurgia posso retirar a placa?
O ideal é esperar ao menos 12 meses, para garantir que o osso esteja totalmente consolidado.
A placa pode causar problemas futuros?
Geralmente, não causa problemas. Casos de dor ou incômodo são menos frequentes e, se aparecerem, podem ser resolvidos com a retirada.
Como saber se a placa está incomodando?
Se houver dor persistente, sensação de pressão, alteração na pele ou incômodo ao movimentar o ombro, consulte seu ortopedista.
